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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A carta

Me bateu uma tremenda vontade de receber uma carta. Eu sei, esse meio de comunicação está cada vez mais esquecido, quase que arcaico. Mas vontade não liga para esses detalhes temporais. Gostaria de, tomado pela ansiedade, abrir o envelope com muito cuidado, para não rasgar, e encontrar dentro dele uma folha, com palavras escritas à mão.

Mas não quero uma carta simples, comum, destas que enviávamos aos amigos ou parentes que estavam longe. Eram legais, sim, cheias de emoção, contando as novidades e aventuras em uma cidade distante. Nem tampouco uma carta romântica, como as mandadas pelos namorados, noivos ou maridos, quase sempre manchadas com o perfume do remetente, para deixar o destinatário ainda mais apaixonado e morrendo de saudades.

Meu desejo também não é de receber uma correspondência do banco, dizendo que esqueci de pagar a fatura do cartão de crédito ou do parque aquático, me premiando com um título remido e mais uma bicicleta ou uma máquina fotográfica. O que eu quero mesmo é diferente, especial.

Minha carta esperada teria os seguintes dizeres: "Sei o quanto você tem errado, nas tentativas de acertar. Ouço suas murmurações, reclamações, lamentações. Assisto de camarote as vezes que quebra a cara tentando resolver os problemas do seu jeito, de acordo com suas forças. Pensa que não precisa de mim. Talvez, hoje, realmente não precise. Mas vai precisar. Aí, neste dia, estarei te esperando. Porque TE AMO!!!"

No destinatário estaria meu nome, ou o seu. 
No remetente, não preciso nem dizer qual nome está.

Boa tarde.


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